Deni Zolin

Dica de passeio: belas paisagens e gruta indígena com desenhos de 3 mil anos em Nova Palma

Dica de passeio: belas paisagens e gruta indígena com desenhos de 3 mil anos em Nova Palma

Quem gosta de passeios ao ar livre para contemplar a natureza e as riquezas da região precisa ir até o distrito de Caemborá, no interior de Nova Palma. Do alto dos morros, que formam belas paisagens às margens do Rio Jacuí, a sensação é de estar pertinho do céu. Do mirante, os visitantes podem ver os contornos das montanhas, ao longe, e também a barragem da Usina Hidrelétrica Dona Francisca, inaugurada no início dos anos 2000, com 610 metros de comprimento (de um morro a outro) e 33 metros de altura. A água que escorre em cima do vertedouro deixa o local ainda mais bonito.

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Esse é um dos geossítios incluídos no Geoparque Unesco Quarta Colônia. Ao lado do mirante, uma placa explica para os turistas como aquela paisagem se formou, há milhões de anos, mesclando belas paisagens com conhecimento científico.

 
Morador do distrito de Caemborá e vereador de Nova Palma, Giovani Júnior de Pellegrin destaca as riquezas da localidade. Ele conta que os turistas também podem aproveitar para tomar um sorvete na sede da fábrica Cremogel, que fica no distrito de Caemborá e abre também aos finais de semana, no sábado e no domingo à tarde. No local, também é possível comprar produtos coloniais de uma agroindústria.

 
– Temos também restaurante e minimercado para atender os turistas. Quem for, não vai se arrepender – comenta Pellegrin.


Perto do mirante, outro ponto turístico bastante visitado é a gruta indígena da localidade de Caemborá, que preserva inscrições na pedra, feitas, possivelmente, há 3 mil anos (1100 antes de Cristo), por meio de técnicas de picotamento, raspagem e polimento. Nessas gravuras, há desenhos de pegadas de felinos e aves, rostos de macacos, espinhas de peixe e sulcos circulares com perfuração no centro, sugerindo símbolos sexuais femininos, sulcos paralelos e verticais, sugerindo cercas, cortes e perfurações isoladas ou alinhadas.

 
A gruta tem uma abertura de 9 metros na rocha, com 3 metros de altura e 8 metros de profundidade. Ela teria sido usada de 1100 A.C. até 750 anos depois de Cristo (d.C.), com a posterior presença de índios guaranis a partir do ano 1100 d.C. Segundo os pesquisadores, é provável que essas ocupações teriam ocorrido por pequenos grupos de caçadores e coletores nômades, temporários e, posteriormente, por grupos horticultores tupis-guaranis.

A gruta foi descoberta em 1968 pelos padres Pivetta e Cargnin, sendo estudada em 1972 pelos professores José Proença Brochado e Pedro Inácio Schimtz. Nessa gruta, foram achados instrumentos lascados, machados polidos no gume, raspadores, bola de boleadeira com sulcos, trituradores, fragmentos de cerâmica tupi-guarani, e outros, muitos levados a museus de Porto Alegre, São Leopoldo (Unisinos) e para o Patronato Agrícola de Santa Maria.
Morador do distrito de Caemborá, Giovani Júnior de Pellegrin afirma que não há guias turísticos no local, mas que é fácil para as pessoas chegarem.

– Para chegar lá, é bem tranquilo, tem placas e sinalização. Na gruta, a gente colocou uma placa com a história e informações. Há registros de habitação de 1.100 anos antes de Cristo na gruta – diz Pellegrin.

COMO CHEGAR

Rotas – Saindo de Santa Maria, são 75 km. Ir pela RSC-287 em direção a Porto Alegre, até o Trevo do Santuário e dobrar à esquerda, passando por São João do Polêsine, Faxinal do Soturno e Dona Francisca. Em Dona Francisca, seguir por mais 26 km de estrada de chão em direção a Caemborá e à Usina Hidrelétrica Nova Palma. No caminho, a estrada acompanha o Rio Jacuí e é possível ver belas paisagens. Outra rota é dobrar à esquerda em Faxinal e ir até Nova Palma. De lá, pegar também 26 km de estrada de chão até Caemborá. Essa estrada é mais íngreme, e tem belas paisagens das montanhas
Quanto – O acesso ao mirante e à gruta indígena é de graça
Dias e horários – Visitação em qualquer dia ou horário


Geoparques na rádio

Todos os sábados, às 12h, acompanhe o programa “Nossos Geoparques”, na Rádio CDN 93,5 FM, com Gilberto Ferreira, que divulga informações e as atrações dos dois geoparques Unesco da região: Caçapava e Quarta Colônia.

Se você quiser conhecer outros pontos turísticos do Geoparque Quarta Colônia, acesse o site www.geoparquequartacolonia.com.br. No site do Diário, confira outras notícias sobre os geoparques Unesco.

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